quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Entendendo o Fosfato


Que o fosfato é essencial a vida, todos nós sabemos. Sem fosfato não seria possível, por exemplo, a vida vegetal o que desencadearia uma série de problemas, incluindo a quebra da cadeia alimentar.
O problema do fosfato nos aquários marinhos é que em geral, a quantidade presente é maior do que o necessário fazendo assim que apareçam algas indesejáveis e inibição da calcificação do esqueleto de corais e algas calcarias.
O fósforo esta presente na água do mar de duas formas: ortofosfato e organofosforado.
O ortofosfato ou fosfato inorgânico é facilmente absorvido pelas algas e com isso se torna um fator altamente inibidor para o meio aquático. Além disso, o ortofosfato esta disponível também nos objetos que estão no aquário como substrato e rochas, porém, de forma blindada.  O ortofosfato em alta escala produz a eutrofização (processo através do qual um corpo de água adquire níveis altos de nutrientes, especialmente fosfatos e nitratos, provocando o posterior acúmulo de matéria orgânica em decomposição) o que gera mais produção de algas.

Organofosforato (Fosfato Orgânico)
O organofosforado  podem ou não estar disponível para as algas. Por serem bem complexos e estarem disponíveis em quase todas as células vivas. Quando liberados, são facilmente retirados pelo skimmer. Por isso é necessário skimmer eficientes, pois a retirada de fosfato orgânico pode reduzir a quantidade de fosfato inorgânico.
O ortofosfato não pode ser absorvido pela skimmer por não fazer interface com o ar, mas a retirada do organofosforatos através do skimmer reduz a conversão do fosfato orgânico (organofosforatos) em fosfato inorgânico (ortofosfato)
Os testes que usamos não medem esse tipo de fosfato.
Quando se deseja saber quais são os níveis de fosfato orgânico contido na água marinha, freqüentemente se mede o valor do conteúdo nitrogenado como, por exemplo, o DON (Dissolved Organic Nitrogen – Nitrogênio orgânico dissolvido), o PON (Particulate Organic Nitrogen – Nitrogênio Orgânico Particulado). O mesmo para o fosfato, porém com relação entre orgânicos dissolvidos esta na relação de 10x, explicando assim a relação da tabela RedField.

Ortofosfato (Fosfato Inorgânico)
Para sabermos os valores desse item, podemos lançar mão dos testes colorimétricos de qualidade que existem no mercado para avaliarmos os valores acumulados do fosfato inorgânico. Embora esses testes sirvam como um indicador, talvez o aquarista ao fazer a leitura dos valores, não entenda como ele possui algas em seu sistema e os testes acusem valores tão baixos. Isso se dá porque às vezes as algas estão consumindo tão rápido o fosfato, que ele não se torna disponível no meio aquoso e por sua vez, nos teste. Mas mesmo assim ele esta presente no aquário.
As concentrações do ortofosfato variam bastante de local para local e de profundidade e hora do dia, visto que as atividades biológicas seqüestram muito do fosfato disponível. O interessante é que esses valores beiram aos incríveis 0,005 ppm  e isso é um valor bem baixo e que por tanto, inibidor para algas indesejáveis nos recifes de corais.
Em aquários, o ideal é que os valores de fosfato inorgânico sejam abaixo de 0,03 ppm para inibir o crescimento de algas. Claro que esse não é o único fator de crescimento de algas, mas ele é bem atuante neste sentido. Valores maiores que isso, será um fator altamente incrementador para a produção de algas.
Portanto, precisamos controlar bem esse componente.


Continua no próximo post.
Até lá