quarta-feira, 30 de abril de 2014

Aquário Marinho – Rochas...
Quando o assunto passa para a área da decoração, passamos a nos preocupar com que tipo de materiais iremos usar no aquário. Claro que isso depende muito do gosto de cada um e o bolso também. 
Não vou entrar na questão decorativa e sim na função das rochas num aquário marinho. É claro que vai ter aqueles que vão citar um famoso programa onde os caras enchem o aquário de variados materiais para decorar o aquário com um tema específico, mas cá pra nós... Fica artificial de mais, mas como eu falei, é questão de gosto e cada um faz conforme gosta.

Mas voltando as rochas...

                Existem diversos tipos de rochas no mercado para se adquirir, como as rochas plásticas, se é que se pode chamar de rochas, rochas artificiais feitas com material calcário, rochas Zanzibar que são retiradas das Filipinas e são totalmente legalizadas, rochas naturais, o próprio nome já diz, e as rochas vivas que nada mais são que rochas formadas pelo aglomeramento de materiais mortos que se junto graças as ações das algas calcárias. Essa última é a melhor para o aquário pois são leves, muito porosas e ainda contém uma infinidade de vidas nelas. Mas nem tudo são flores... Elas não têm sua venda autorizada pelo IBAMA e por isso não podem ser comercializadas. Parece que no Brasil só existe um grupo de pescadores que podem retirar essas rochas do mar de forma legal.
                Assim prefiro (gosto pessoal) usar a Zanzibar que embora sejam bem pesadas, todas as vezes que as usei tive bons resultados, como bom aporte para micro-vida e crescimento vertiginoso de algas calcárias.
                Nunca usei as de plástico, mas elas não fazem muito a minha cabeça. Sei lá, não gosto.

Layouts
                Existem diversos tipos de layouts possíveis como ilhas, paredes, vales, e assim por diante. Qual o melhor?
                Três fatores vão determinar isso.
·         Primeiro: gosto pessoal
·         Segundo: tipos de corais que irá adquirir para o aquário
·         Terceiro: quantidade e/ou vazão das bombas de circulação.

Corais do tipo SPS requerem maior circulação de água passando entre seus braços e seus pólipos para que os mesmo não acumulem sujeira entre eles e não percam tecido.
Corais do tipo LPS já não gostam muito de tanta circulação. Como seus tentáculos, em geral, são bem compridos, podem ser estendidos em direção a outros corais e causar-lhes dano.
Corais moles não apreciam muita movimentação.

Assim sendo quando formos montar o layout, é bom já ter em mente quais tipos de corais você pretende ter para assim saber onde colocar cada tipo de coral.
Exemplo de aquário com layout tipo vale

Aquário com frente recifal e laguna

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Substrato

Já ouviu alguém dizer que tem coisas que não dá pra discutir, como futebol, política, religião e alguns ainda citam mulher? Perdoem-me as mulheres. Mas é o que dizem...
O mesmo se dá quando o assunto é ter ou não ter substrato. Parece até uma questão Shakespeariana. Ser ou não ser, eis a questão...
Se você visitar fóruns, mesa de bar e assim por diante,  você vai ouvir pessoas defenderem, cada um, o tipo de substrato que acha melhor. É uma coisa de doido.
Como não quero criar problemas nem discutir o sexo dos anjos, chover no molhado, e assim por diante, vou apenas falar sobre cada tipo de montagem quanto ao substrato e quais são suas vantagens e desvantagens. Ai o amigo aquarista escolhe o que lhe convém sobre a melhor montagem.

Bare Bottom ou Fundo nu (BB) – Nessa montagem, muito visada por quem quer ter SPS, o fundo do aquário não tem nada nele. Não tem areia, aragonita ou qualquer outro tipo de substrato. Alguns, para melhorar a aparência geral do aquário, costumam colocar uma resina no fundo para não ficar direto no vidro.
Vantagem – Facilidade de limpeza e manutenção. Não tem sujeirinha pelo fundo, portanto não há acumulo de comida nem fezes de peixe. Para que isso ocorra, é necessário uma circulação estúpida para que a sujeira produzida pelo sistema possa ser levada até o sump e ser retirado pelo sistema de filtragem.
Nesse tipo de montagem há também necessidade de compor uma área específica para fixação das bactérias para que ocorra o ciclo do nitrogênio, ou seja, a sujeira seja transformada em nitrito, este seja transformado em nitrato e por fim seja transformado em nitrogênio. É bom salientar que em todos os tipos de montagem haverá essa necessidade, porém, nesse tipo de montagem a área para isso deve ser bem maior.
Desvantagem – Grande quantidade de circulação, área muito grande para criação de bactérias, quase não tem animais bentônicos vivos no display.



Shallow Sand Bed ou Cama de areia rasa (SSB) – Esta montagem é muito semelhante com a BB, porém, com algum substrato no fundo com o único objetivo decorativo.
Vantagem – Pouco gasto com o substrato, facilidade de manutenção do mesmo, e efeito decorativo melhor que o BB.
Desvantagem – Dependendo da granulometria, areia do fundo em suspensão  na água, pouca vida bentônica, grande área para criação de bactérias.



Deep Sand Bed ou Cama de areia profunda (DSB) – Nesse tipo de montagem, fazemos um substrato visando duas coisas principais. Criação de bactérias para de nitrificar o ambiente dar suporte para a micro vida que existe no aquário. Olhando assim parece uma maravilha, solução espetacular, supra sumo para o aquário. Sem sombra de dúvida a idéia é muito boa, mas nem tudo são flores. Para que o DSB funcione adequadamente é necessária uma montagem desse substrato com diversas granulometria e ter animais bentônicos para remexer esse substrato de forma eficiente. Se montar ele dessa forma, com certeza, vai funcionar muito bem.
Vantagem – Condição ideal para animais bentônicos e micro vida, com o tempo contribui para de nitrificação do ambiente reduzindo o nitrato e o fosfato.

Desvantagem – Se não for montado de maneira adequada aumentará muito a carga orgânica exigindo skimmer super potentes e muita sujeira suspensa no ambiente. Além disso pode diminuir o tempo útil do aquário drasticamente.



Leituras interessantes para fazer:


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Tipos de Montagem - Parte 2


Dando continuidade a montagem, vamos falar agora sobre a altura de um aquário e suas características.

Em geral a melhor altura para um aquário é que ele tenho no máximo 50 cm de altura. Por que isso?
Por dois motivos básicos:
1o – Fator Luz:
                A luz ela tem comportamento muito interessante quando se trata de capacidade de propagação no meio aquoso. Embora agora não tenha a intenção de entrar profundamente nesse assunto, precisamos conhecer um pouco essa propriedade a fim de saber como iremos tratar a altura dos nossos tanques.
                A luz tem como característica a melhor propagação em meio transparente. Imagine o ar. As ondas eletromagnéticas da luz, neste meio, se propagam a quase em índice 1, tendo pouca perda em pequena distância, ou seja, a luz consegue se propagar muito bem pelo ar. Já na água, isso não acontece. A água tem a propriedade de refratar a luz, ou seja, distorcer a luz e refleti-lá em velocidade e angulação diferente. Assim sendo, a luz tem grande perda quando se propaga no meio aquoso, principalmente quando ela esta em movimento constante na sua superfície. Além disso, os comprimentos de cores têm maior ou menor poder de penetração na água o que gera uma maior dificuldade para conseguir reproduzir a luz de melhor forma possível. Sendo assim, em aquário onde temos 70 cm, 80 cm, ou mais de profundidade, é necessário uma grande quantidade de energia para fazer com que a luz consiga se propague de maneira eficaz. E o que isso implica?
                Bem, maior energia, maior potência. Maior potência, mais calor. Mais calor, pior para nossos aquários marinhos. No final das contas, a conta de luz vai ficar na estratosfera. Por isso podemos dizer que um aquário de 50 cm de altura tem é uma boa escolha, pois assim podemos garantir uma boa propagação da luz sem grande necessidade de potência.

2o - Fator Manutenção:

                Imagine você tendo que limpar o fundo do aquário, colocar um coral, pegar algum peixe num aquário de 90 cm de altura. Você vai ter que colocar o braço até o sovaco e se bobear terá que colocar até a orelha dentro d’água. Não é uma situação muito boa, não é mesmo? Também tem o caso de que quanto mais alto o aquário, mais grosso o vidro tem que ser. Isso significa mais $$$ na caixa de vidro o armário terá que suportar mais peso.    

Algumas imagens de aquários bem montados que se encontra pela web.




quinta-feira, 3 de abril de 2014

Tipos de Montagens

Existe diversos tipo de aquários. Cubos, retangulares, circulares, octogonais e assim por diante. Todos eles são válidos e propícios para montagem de um belo aquário. O que determina qual o melhor é o bolso do sujeito e a “combinação” com o ambiente em que o aquário será inserido. Sem sombra de dúvida, os tipos retangulares são os mais comuns, mais fáceis de montar e mais baratos. Além dos tipos, existe também os tipos de montagens, se são com traves tipo francesa, trava transversa, sem traves e assim por diante. Claro, cada um tem sua finalidade e custo. Só para exemplificar, podemos construir um aquário de 100cm x 50cm x 50cm e colocarmos vidros com espessura de 10mm com traves tipo francesa e fazermos o mesmo aquário com vidros de espessura de 12mm sem traves. Esses são chamados rimless, ou seja, livre de bordas e sem traves. O visual desses aquários é sensacional, porém o custo geral da caixa de vidro aumenta um bocado.

Para determinarmos a melhor montagem precisamos definir como o aquário vai interferir com o ambiente onde esta inserida. Se por acaso você deseja que ele fique todo fechado em cima, ou seja, com tampa superior, podemos usar os tipos com traves. Se eles não terão tampa superior ai o melhor são os rimless.

Um ponto importante sobre aquários marinhos, principalmente os de corais, é que o mesmo não deve ser montado com trave transversa, pois isso iria influenciar no modo como a iluminação atuará sobre os seres vivos.  Outro ponto, aquários marinhos deve trabalhar com temperaturas mais amenas, em torno de 24oc a 28oc. Assim sendo, aquário com tampa todo fechado precisam de refrigeração adicional para não esquentar demais a água e dificultar a vida dos seres vivos.
Nesse sentido, algumas estratégias têm sido tomadas mais recentemente, são elas:
                1º - Montar o aquário em um ambiente bem arejado e fresco.
                2º - Tampas sem a parte superior para saída de ar.
                3º - Iluminação a base de LEDs.
    4º - Ventoinhas potentes para fazer circular mais ar e trocar a temperatura por evaporaçã com  o ambiente ou
    5º - Se as opções acima não funcionarem, podemos usar os chillers.

No próximo post iremos tratar mais pontos sobre a montagem. Até lá...

terça-feira, 1 de abril de 2014

Por conde começar? (Continuação)

O aquário marinho, ou de água salgada, definitivamente é o aquário, em minha opinião, mais bonito de todos, não só pela beleza de seus habitantes como também pela biodiversidade encontrada nele.
Cada dia que se passa se encontra mais vida dentro dele. São pequenas poliquetas, mini camarões, copépodes e muitos outros seres que são desde pequenas esponjas a animais bentônicos  (animais que vivem no substrato) e muitos outros.
Claro que esse esplendor da natureza em casa tem seu preço. Seu custo inicial é o mais elevado de todos os outros aquário já citados e sua manutenção é bem mais dedicado por parte do aquarofilista. Mas cá pra nós, vale a pena cada segundo investido nesse aquário.
Vamos tratá-lo em partes.

Classificação quanto às espécies.

Os aquários marinho podem ser classificados, de forma básica, em dois tipos. São eles:

Fish Only (Somente Peixe): É o aquário onde colocamos somente peixes. Nesse tipo de aquário o investimento e manutenção são bem menores. Podemos colocar várias espécies diferentes e algumas das quais não são aconselhadas para aquário com corais. Entre estas espécies podemos citar os peixes da família Pomacanthidae (peixe anjo) e Chaetodontidae (peixe borboleta)
Holacanthus ciliaris - Peixe anjo rainha

Pomacanthus imperator

Holacanthus passer

Chaetodon austriacus

Chaetodon semilavarctus
Chelmon rostratus - CooperBand



Peixes e Corais: Nesse aquário a coisa já muda um pouco de figura. Passamos a ter que selecionar as espécies de peixes que podem ser inseridos e como eles vão interagir com os corais. Além disso, os corais têm exigências específicas para cada tipo de coral. Mais pra frente iremos abordar mais de perto os tipos de corais.
Alguns corais...

Leather umbrella

Elegance coral

Min cloves blue japonico

Torch ponta amarela

Euphyllia ancora

Zoanthus

Zoanthus

Zoanthus

No próximo post falaremos mais sobre o aquário marinho.
Até lá.